Educação
a distância
Educação a distância é uma
modalidade de educação mediada por
tecnologias em que alunos e professores estão separados espacial e/ou
temporalmente, ou seja, não estão fisicamente presentes em um ambiente
presencial de ensino-aprendizagem.
A EaD, em sua forma empírica, é
conhecida desde o século XIX. Entretanto, somente nas últimas décadas passou a
fazer parte das atenções pedagógicas. Ela surgiu da necessidade do preparo
profissional e cultural de milhões de pessoas que, por vários motivos, não
podiam frequentar um estabelecimento de ensino presencial, e evoluiu com as
tecnologias disponíveis em cada momento histórico, as quais influenciam o
ambiente educativo e a sociedade.
A EaD também é considerada um
recurso que contempla as necessidades de desenvolvimento da autonomia do aluno. O desenvolvimento da
autonomia é considerado, por teóricos tais como Jean Piaget e Constance Kamii,
peça chave do processo de aprendizagem, no qual o aluno é o foco e o professor
possui papel secundário, pois apenas orienta o aluno que por sua vez escolhe o
ritmo e a maneira como quer estudar e aprender, de acordo com suas necessidades
pessoais.
Com a Revolução Cientifica iniciada no século XVII,
as cartas comunicando informações
científicas inauguraram uma nova era na arte de ensinar. Um primeiro marco da
educação a distância foi o anúncio publicado na Gazeta de Boston, no dia 20 de março de 1728, pelo professor de taquigrafia
Cauleb Phillips.
No final da Primeira Guerra Mundial,
surgiram novas iniciativas de ensino a distância em virtude de um considerável
aumento da demanda social por educação. O aperfeiçoamento dos serviços de correio,
a agilização dos meios de transportes e,
sobretudo, o desenvolvimento tecnológico aplicado ao campo da comunicação e da
informação influíram decisivamente nos destinos da educação a distância. Em
1922, a antiga União Soviética organizou um sistema de ensino por
correspondência que em dois anos passou a atender 350 mil usuários. A França criou
em 1939 um serviço de ensino por via postal para a clientela de estudantes
deslocados pelo êxodo.
A partir daí, começou a utilização
de um novo meio de comunicação, o rádio, que penetrou também no ensino formal.
O rádio alcançou muito sucesso em experiências nacionais e internacionais,
tendo sido bastante explorado na América Latina nos programas de educação a
distância do Brasil, Colômbia, México, Venezuela, entre outros.
Após as décadas de 1960 e1970, a
educação a distância, embora mantendo os materiais escritos como base, passou a
incorporar articulada e integradamente o áudio e ovideocassete, as transmissões
de rádio e televisão, o videotexto, o computador e, mais recentemente, a
tecnologia de multimeios, que combina textos, sons, imagens, assim como
mecanismos de geração de caminhos alternativos de aprendizagem (hipertextos,
diferentes linguagens) e instrumentos para fixação de aprendizagem com feedback
imediato (programa tutoriais informatizados) etc.
Atualmente, o ensino não presencial
mobiliza os meios pedagógicos de quase todo o mundo, tanto em nações
industrializadas quanto em países em desenvolvimento. Novos e mais complexos
cursos são desenvolvidos, tanto no âmbito dos sistemas de ensino formal quanto
nas áreas de treinamento profissional.
A educação a distância foi
utilizada inicialmente como recurso para superação de deficiências
educacionais, para a qualificação profissional e aperfeiçoamento ou atualização
de conhecimentos. Hoje, cada vez mais foi também usada em programas que
complementam outras formas presenciais, face a face, de interação, e é vista
por muitos como uma modalidade de ensino alternativo que pode complementar
parte do sistema regular de ensino presencial. Por exemplo, a Universidade
Aberta oferece comercialmente somente cursos a distância, sejam cursos
regulares ou profissionalizantes.
A Suécia registrou sua primeira
experiência em1833, com um curso de Contabilidade. Na mesma época, fundou-se na
Alemanha em 1856 o primeiro instituto de ensino de línguas por correspondência.
O modelo de ensino foi iniciado na Inglaterra em1840, e, em 1843 foi criada a Phonografic
Corresponding Society. Fundada em1969, a Universidade Aberta mantém um
sistema de consultoria, auxiliando outras nações a implementar uma educação a
distância de qualidade. Também no século XIX, a EaD foi iniciada nos Estados
Unidos na Illinois Wesleyan University.
Já no século XX, em1974, a
Universidade Aberta Allma Iqbal no Paquistão iniciou a formação de docentes via
EaD. A partir de 1980, a Universidade Aberta de Sri Lanka passou a atender
setores importantes para o desenvolvimento do país: profissões tecnológicas e
formação docente. Na Tailandia, a Universidade Aberta Sukhothiai Thommotirat tem
cerca de 400 mil estudantes em diferentes setores e modalidades.
Criada em 1984, a Universidade de
Terbuka na Indonésia surgiu para atender forte demanda de estudos superiores, e
prevê chegar a cinco milhões de estudantes. Já na Índia, criada em 1985, a
Universidade Nacional Aberta Indira Gandhi tem objetivo de atender a demanda de
ensino superior.
A Austrália é um dos países que
mais investe em EaD, mas não tem nenhuma universidade especializada nesta
modalidade. Nas universidades de Queensland, New England, Macquary, Murdoch e
Deakin, a proporção de estudantes a distância é maior ou igual à de estudantes
presenciais.
Na América Latina programas
existentes incluem o Programa Universidade Aberta, inserido na Universidade
Autônoma do México(criada em1972), a Universidade Estatal a Distância da Costa
Rica(de1977), a Universidade Nacional Aberta da Venezuela (também de 1977) e a
Universidade Estatal Aberta e a Distância da Colômbia(criada em1983).
No Brasil, desde a fundação do Instituto
Radio Técnico Monitor, em1939, o hoje Instituto Monitor, depois do Instituto
Universal Brasileiro, em 1941, e o Instituto Padre Reus em1974, várias
experiências de educação a distância foram iniciadas e levadas a termo com
relativo sucesso. As experiências brasileiras, governamentais e privadas, foram
muitas e representaram, nas últimas décadas, a mobilização de grandes
contingentes de recursos. Os resultados do passado não foram suficientes para
gerar um processo de aceitação governamental e social da modalidade de educação
a distância no país. Porém, a realidade brasileira já mudou e o governo
brasileiro criou leis e estabeleceu normas para a modalidade de educação a
distância no país.
Em1904,
escolas internacionais, que eram instituições privadas, ofereciam cursos pagos,
por correspondência. Em1934, Edgard Roquete-Pinto instalou a Rádio-Escola
Municipal no Rio de Janeiro no projeto para a então Secretaria Municipal de
Educação do Distrito Federal dirigida por Anísio Teixeira integrando o rádio
com o cinema educativo(Humberto Mauro)a biblioteca e o museu escolar numa
pioneira proposta de educação a distância. Estudantes tinham acesso prévio a
folhetos e esquemas de aulas. Utilizava também correspondência para contato com
estudantes. Já em 1939 surgiu em São Paulo ( cidade )o Instituto Monitor, na
época ainda com o nome Instituto Rádio Técnico Monitor. Dois anos mais tarde
surge a primeira Universidade do Ar, que durou até 1944. Entretanto, em 1947 surge a Nova Universidade do Ar,
patrocinada pelo SENAC, SESC e emissoras associadas.Durante a década de 1960,
com o Movimento de Educação de Base (MEB), Igreja Católica e Governo Federal
utilizavam um sistema radio-educativo: educação, conscientização, politização,
educação sindicalista, etc.. Em 1970 surge o Projeto Minerva, um convênio entre
Fundação Padre Landell de Moura e Fundação Padre Anchieta para produção de
textos e programas. Dois anos mais tarde, o Governo Federal enviou à Inglaterra
um grupo de educadores, tendo à frente o conselheiro Newton Sucupira: o
relatório final marcou uma posição reacionária às mudanças no sistema
educacional brasileiro, colocando um grande obstáculo à implantação da
Universidade Aberta e a Distância no Brasil.
Na
década de 1970, a Fundação Roberto Marinho era um programa de educação
supletiva a distância, para ensino fundamental e ensino médio. Entre as décadas
de 1970 e 1980, fundações privadas e organizações não-governamentais iniciaram
a oferta de cursos supletivos a distância, no modelo de teleducação, com aulas
via satélite complementadas por kits de materiais impressos, demarcando a
chegada da segunda geração de EaD no país. A maior parte das Instituições de
Ensino Superior brasileiras mobilizou-se para a EaD com o uso de novas
tecnologias da comunicação e da informação somente na década de 1990. Em1992,
foi criada a Universidade Aberta de Brasília (Lei 403/92), podendo atingir três
campos distintos: a ampliação do conhecimento cultural com a organização de
cursos específicos de acesso a todos, a educação continuada, reciclagem
profissional às diversas categorias de trabalhadores e àqueles que já passaram
pela universidade; e o ensino superior, englobando tanto a graduação como a
pós-graduação. Em1994, teve início a expansão da Internet no ambiente
universitário. Dois anos depois, surgiu a primeira legislação específica para
educação a distância no ensino superior. As bases legais para essa modalidade
foram estabelecidas pela Lei de Diretrizes e Bases na Educação Nacional
n°9.394, de 20 de dezembro de 1996 , regulamentada pelo decreto n°5.622 de 20
de dezembro de 2005, que revogou os decretos n°2.494 de 10/02/98, e n°2.561 de
27/04/98, com normatização definida na Portaria Ministerial n°4.361 de 2004.
No
decreto n°5.622 dita que, ficam obrigatórios os momentos presenciais para
avaliação, estágios, defesas de trabalhos e conclusão de curso. Classifica os
níveis de modalidades educacionais em educação básica, de jovens e adultos,
especial, profissional e superior. Os cursos deverão ter a mesma duração
definida para os cursos na modalidade presencial.
Os
cursos poderão aceitar transferência e aproveitar estudos realizados em cursos
presenciais, da mesma forma que cursos presenciais poderão aproveitar estudos
realizados em cursos a distância. Regulariza o credenciamento de instituições
para oferta de cursos e programas na modalidade a distância (básica, de jovens
e adultos, especial, profissional e superior).
Na
educação a distância, professores e alunos estão conectados, interligados, por
tecnologias chamadas telemáticas, como a internet e em especial as hipermídias,
mas também podem ser utilizados outros recursos de comunicação, tais como carta,
rádio, televisão, vídeo, CD-ROM, telefone, fax, celular, ipod, notebook, etc.
Referencias
Adaptado do site, acessado em 1de
maio de 2013, ás 17:31hs:
http://pt.wikipedia.org/wiki/Educa%C3%A7%C3%A3o_a_dist%C3%A2ncia
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